segunda-feira, 25 de julho de 2016



CHUVA INCESSANTE
(Poema escrito nos tempos da Sibéria)

Chove lá fora
    Na verdade não é lá fora
         É dentro, dentro do peito
              Uma chuva incessante, como agora
                   Às vezes intensa, outras não, meio sem jeito

A cartola transbordou de fel
       A magia virou saudade louca
               Sem estrelas, sem lua, sem céu
                    Silêncio que vem, ausência de boca

O celular é um mau, um mausoléu
      Caixão fechado, sons sem sentido
            Toques que nada significam, ao léu
                  Antes nunca tivesse existido

No ar, nenhum bem-estar
      Talvez só uma pífia esperança que dança
             Um balé desajeitado, na chuva, sem parar
                      Que oxalá sob uma lua mais mansa
                           Uma voz há de voltar


Dilton Cardoso

Um comentário:

Luana Lima disse...

queria que soubesse que as vezes venho aqui pra ler tudo isso. Foi muito lindo tudo o que aconteceu entre a gente, tenho um carinho imenso. Obrigada pelos lindos textos. Fique bem.