CHUVA INCESSANTE
(Poema escrito nos tempos da Sibéria)
Chove
lá fora
Na verdade não é lá fora
É dentro, dentro do peito
Uma chuva incessante, como agora
Às vezes intensa, outras não,
meio sem jeito
A
cartola transbordou de fel
A magia virou saudade louca
Sem estrelas, sem lua, sem céu
Silêncio
que vem, ausência de boca
O
celular é um mau, um mausoléu
Caixão fechado, sons sem sentido
Toques que nada significam, ao léu
Antes nunca tivesse existido
No
ar, nenhum bem-estar
Talvez só uma pífia esperança que dança
Um balé desajeitado, na chuva, sem
parar
Que oxalá sob uma lua
mais mansa
Uma voz há de voltar
Dilton Cardoso
Um comentário:
queria que soubesse que as vezes venho aqui pra ler tudo isso. Foi muito lindo tudo o que aconteceu entre a gente, tenho um carinho imenso. Obrigada pelos lindos textos. Fique bem.
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