TEMPOS ATRÁS, um monarca incumbiu um jovem da tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a outro rei de uma terra distante. Para a viagem, ele recebeu o melhor cavalo do reino, com a seguinte recomendação:
- Se cuidar do mais importante, você terá cumprido a missão – disse o soberano.
O jovem preparou seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras em uma bolsa de couro marrada à cintura, sob as vestes. De manhã bem cedo, sumiu no horizonte. Tinha a certeza de que realizaria a tarefa da melhor maneira, para que todo o reino soubesse que era nobre e valente; além disso, poderia concretizar o sonho de desposar a princesa, a quem amava e lhe correspondia.
Para cumprir rapidamente a tarefa, pegava muitos atalhos, o que sacrificava sobremaneira o cavalo. Quando parava em uma estalagem, deixava o animal ao relento. Além disso, não o aliviava da sela nem da carga, tampouco se preocupava em lhe dar ração ou água.
- Meu jovem, se continuar agindo desse modo, vai perder o animal – observou alguém.
- Não me importo – respondeu. – Tenho muito dinheiro. Se este cavalo morrer, compro outro.
Com o passar dos dias, por não suportar os maus-tratos, o pobre animal caiu morto na estrada. Nesse momento, o jovem simplesmente amaldiçoou e seguiu o caminho a pé.
Porém, nessa parte do país, havia poucas fazendas, as quais eram muito distantes uma das outras. Estava exausto e sedento, passou a caminhar com dificuldade, sendo necessário para diversas vezes no trajeto; nesses instantes, percebeu como o animal lhe fazia falta. Como sabia que poderia desfalecer a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto da bota. Mais tarde, caiu exausto no pó da estrada, onde ficou desacordado. Para sua sorte, uma caravana de mercadores que seguia viagem ao seu reino o encontrou e cuidou dele.
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